segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Ando na rua olhando para os lados.Isso poderia ser entendido como uma ação comum que aprendemos quando somos crianças, mas não é.Não olho para ver se está passando um carro, o que eu não fiz esse final de semana e quase fui atropelada, mas ando para ver se há alguém suspeito capaz de cometer uma injúria contra minha pessoa e me transformar em mais um número no Jornal Nacional.E vivo assim, desde que entendi que existe uma possibilidade, e ela não é pequena, de ser afetada pela ação de terceiros que tem terceiras intenções como a  fome ou o vício,bem mais urgentes do que em passar no vestibular ou viajar para a Europa.Enquanto eu luto pelos desejos citados anteriormente, aparece uma voz na minha cabeça que diz que eles são muito fúteis, que eu sempre vivi muito bem, obrigado, e não sei o que é morar na rua ou ter que abrir mão do meu corpo em troca de umas migalhas, não sei o que é dormir no esgoto, catar lixo para comer, apanhar da polícia sem ter como me defender, perder meu senso de humanidade para continuar a sobreviver.E ai ,eu me sinto pior do que o lixo..